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TORMENTOSOS ABRIS

ou, dizem, mercúrio retrógado

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Edu Goldenberg
abr 01, 2025
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edição número 37 - newsletter Buteco do Edu

Prezadíssimo leitor, prezadíssima leitora: a edição da newsletter que você acaba de receber é a trigésima sétima dirigida exclusivamente aos assinantes da Buteco do Edu, sendo que os assinantes que pagam pela assinatura têm acesso integral ao conteúdo - e se você ainda não se decidiu por assiná-la, peço que considere fazê-lo por incontáveis razões que vão desde o gesto de prestigiar o autor, até o valor irrisório da assinatura. Esteja certo: é um gesto bonito, assinar a newsletter de quem você curte ler, prestigiá-lo.

Inclusive - ligeira campanha por aqui - na semana passada nove assinantes deixaram a condição de assinante pago por falha na cobrança do cartão de crédito, o que pode indicar (assim espero que seja) troca do cartão do assinante. Se você está me lendo e é um dos nove… volte!

E se você já é assinante dessa modalidade e se estiver gostando do que tem chegado até você toda semana, faça correr esse link, faça propaganda da newsletter, convença alguém que goste de ler a vir para cá e a assinar a Buteco do Edu. É só clicar aqui ou no link no final desta edição. O valor, repito, é irrisório, e a demonstração de prestígio não tem preço que pague.


DOMINGOS E ABRIS

27 de abril de 1969 caiu em um domingo.

No sábado - papai trabalhava em regime de plantão na Reduc (Refinaria Duque de Caxias) - meu pai, que nunca fez uso de psicotrópicos, teve uma visão durante a madrugada de sábado para domingo.

— O curumim nasce hoje! - foi o que disse a ele um caboclo de cocar colorido na cabeça, e papai vira apenas o tronco de Tupinambá, que anos depois se apresentaria a meu pai em um terreiro de umbanda, fazendo dele, e por muitos anos, seu cavalo.

Mamãe, que havia estado com ele em uma consulta com o médico que acompanhava a gestação do primeiro filho dos dois na véspera, disse muxoxando logo após o relato feito por meu pai, ainda assustadíssimo:

— Imagina! Você está impressionado. O doutor Lambari foi categórico: o bebê nasce em maio.

Isaac, meu pai, foi enfático:

— Não vou trabalhar. O bebê nasce hoje.

— Ora, vá! Não me amole. Vá se trocar e tomar o ônibus, ou você se atrasa! Quer perder o emprego?! - ela se referia ao ônibus que a Petrobras disponibilizava para os funcionários e que saía da esquina das ruas Barão de Mesquita (onde eles moravam) com a São Francisco Xavier.

Papai foi.

Aflito, mas foi.

Chegando à Reduc, coisa de uma hora depois, foi recebido pelo chefe do RH:

— Volte correndo! A bolsa de sua esposa estourou, ela já foi para a maternidade e seu bebê está a caminho.

Quando Isaac chegou à maternidade do Hospital da Venerável Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, na Tijuca (onde mais?!), eu estava quase nascendo. Ele ainda teve tempo de dizer à mamãe, já na maca:

— Viu?! - orgulhoso.

— Vi, vi, sim! - vovó jurava que ela respondeu já grogue por conta da anestesia.

Nasci num domingo e, 56 anos depois, o 27 de abril cai num domingo de novo.

E de novo, durante todo o mês de abril, que começa hoje, sou (e estou) como o menino da foto acima (tema que é, evidentemente, tratado seriamente nas sessões de terapia a que me submeto desde 2011).

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